Costas quentes

TRIBUNAL DO CRIME

Costas quentes

Com cinco cadáveres nos ombros, juiz brinca de videogame no Fórum

Estes inocentes assassinados estariam hoje com 76, 30, 24, 5 e 2 anos de idade, respectivamente

Manoel Almeida*
24 de maio/2024

 

        Um homicídio foi tentado e outro consumado em Anchieta, Santa Catarina, na semana passada (13). O crime ocorreu depois que a família de uma vítima de feminicídio, morta a facadas aos 22 anos, soube que o assassino foi solto pela Justiça. A infame saidinha. Revoltados, o pai e o irmão da jovem atiraram no homem, atingindo também o padrasto dele, que faleceu. Isso é só um exemplo de tragédia provocada por uma Justiça e um Legislativo imprestáveis, corrompidos e decadentes.

         As pessoas na imagem acima foram vítimas de um serial killer. Uma delas perdeu a vida sem ao menos ter tido oportunidade de respirar uma única vez — era nacitura. Outra foi vitimada em vida e POST MORTEM: seu assassino confesso foi libertado ilegalmente pelo juiz denunciado neste espaço na semana passada, que joga videogame em serviço.

         O homem que estava preso confessara que amarrou e submeteu a esfolamento (método medieval de tortura) um jovem de 26 anos, e por fim o degolou, crime que estarreceu São Gotardo e região, repercutindo no país. Desprezando o altíssimo e mais que evidente risco para a sociedade, o juiz talvez ansioso por mais tempo pra se dedicar às jogatinas onlinesurpreendeu a todos, inclusive o réu, soltando-o na véspera do julgamento, antes de qualquer audiência ser realizada.

         Eu advogava para a vítima e, assim como a Promotoria, só soube da ordem de soltura tarde demais, depois que o réu já estava na rua. Não houve qualquer aviso. Pelo contrário, todos haviam sido regularmente intimados para a sessão de julgamento: réu, Defensoria, Ministério Público, militares e testemunhas. O mandado de soltura foi cumprido com urgência, no mesmo dia da expedição. Não havia mais nada a ser feito, exceto dar a triste notícia à família, já arrasada.

        No mesmo ato, outro homem que participou do crime também foi libertado. A desculpa para as solturas é um tapa na cara da sociedade e uma punhalada nas costas da família do garoto: a pandemia. Não podia esperar mais DOIS DIAS para o julgamento. É fazer todo mundo de palhaço, típico de alguém consciente de que pode tudo.

         Nesse ínterim, o réu arrumou namorada e emprego, vivendo em união estável numa fazenda, como caseiro. A jovem, que já tinha uma filha com pouco mais de 1 aninho, ficou grávida de novo. No quarto mês de gestação, a mulher descobriu que o companheiro cobiçava a prima dela. Diante da acusação, ele não relutou em matar a companheira com uma faca, matando junto o próprio filho. A menina testemunhou tudo e logo chegou a sua vez de ser friamente assassinada com o mesmo instrumento.

        Ele estava novamente livre para continuar suas empreitadas homicidas iniciadas aos 13 anos, idade em que cometeu seu primeiro assassinato. Para nossa Justiça nem foi crime, mas mero “ato infracional”. Aos 19, tentou um feminicídio, ficando só quatro meses na prisão, embora já adulto. Com a exitosa carnificina, e certo da impunidade, seguiu para a sede da fazenda, onde furtou armas e munições. Na propriedade vizinha, roubaria o veículo de um casal de produtores, amigo do patrão do caseiro.

         No local, os hóspedes prepararam e serviram um lanche ao rapaz, como ocorrera outras vezes. Uma vez alimentado, o assassino sacou o revólver recém-furtado e anunciou o assalto. O fazendeiro, de 73 anos, não reagiu. Entretanto, foi executado ali mesmo, na presença da esposa, com um disparo na nuca. Com o idoso fora do caminho, o caseiro voltou-se para estuprar a senhora. Esta se defendeu. Baleada gravemente, desfalecida e com múltiplas mordidas no rosto, fingiu-se de morta.

         A chacina paralisou o Brasil durante os seis dias que durou a caçada ao autor. As vítimas estariam hoje com 76, 30, 24, 5 e 2 anos de idade, mas a vida delas foi ceifada prematuramente, brutalmente, covardemente. Não houve justiça em nenhum dos cinco casos. O assassino também está morto. Nunca pagará pelos crimes, nunca foi julgado. O juiz tampouco foi responsabilizado pelas mortes. Continua sentenciando e despachando nos intervalos das partidas de dominó. Tem proteção incondicional e vitalícia, como os demais juízes, e segue escarnecendo da sociedade.

No próximo artigo vou trazer com exclusividade mais e assombrosas revelações sobre esse juiz. Ele não tem jurisdição na Comarca onde estou, mas isso é café pequeno para integrantes do Tribunal do Crime. Ele tem uma semana para tentar me impedir.            

       
 
(*) Empresário desde 1997, advogado há 15 anos, atualmente licenciado, pós-graduado em Direito Civil e Direito Processual Civil, ex-servidor público judicial, cursando Tecnologia em Investigação Forense e Perícia Criminal



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JUIZ DA INFÂNCIA BRINCA DE DOMINÓ NO GABINETE
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